"> Ataque hacker ao sistema do Pix: Polícia prende suspeito de facilitar acesso a rede sigilosa ligada ao Banco Central

 

Nacional - 04/07/2025 - 08:17:24

 

Ataque hacker ao sistema do Pix: Polícia prende suspeito de facilitar acesso a rede sigilosa ligada ao Banco Central

 

Da Redação .

Foto(s): Divulgação / Arquivo

 

Suspeito preso é funcionário de empresa terceirizada do Banco Central e teria entregado suas credenciais a hackers que acessaram sistemas sigilosos ligados ao Pix; prejuízo pode chegar a R$ 800 milhões.

Suspeito preso é funcionário de empresa terceirizada do Banco Central e teria entregado suas credenciais a hackers que acessaram sistemas sigilosos ligados ao Pix; prejuízo pode chegar a R$ 800 milhões.

A Polícia Civil de São Paulo prendeu, na manhã da última quinta-feira (3), um homem suspeito de facilitar o maior ataque hacker já registrado contra uma empresa terceirizada que atua na integração de instituições financeiras ao sistema PIX, do Banco Central. Segundo as investigações conduzidas pelo Departamento Estadual de Investigações Criminais (DEIC), o suspeito é funcionário de uma prestadora de serviços contratada pelo próprio BC e teria cedido, de forma deliberada, suas credenciais de acesso a criminosos que invadiram os sistemas da C&M Software, empresa que conecta bancos menores à infraestrutura do Sistema de Pagamentos Brasileiro.

De acordo com a Polícia Civil, o homem teria admitido informalmente que compartilhou sua senha de acesso com terceiros — o que permitiu aos hackers acessar dados sensíveis e contas de reserva de pelo menos seis instituições financeiras. O valor do prejuízo ainda não foi oficialmente confirmado, mas fontes ligadas à investigação estimam que os criminosos tenham desviado cerca de R$ 800 milhões em operações fraudulentas.

A ponte entre bancos e o BC

A C&M Software, alvo do ataque cibernético, é uma empresa de tecnologia da informação que atua como elo entre bancos e o Banco Central, especialmente para instituições de pequeno e médio porte que precisam de conectividade com os sistemas do BC, como o PIX. Com atuação nacional e internacional, a empresa é homologada pelo órgão regulador desde 2001 para intermediar transações via o Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB).

Segundo comunicado da própria C&M, os hackers se utilizaram de credenciais legítimas de clientes para tentar acessar o sistema de forma fraudulenta. O ataque comprometeu a infraestrutura da empresa e permitiu o acesso indevido a contas de reserva — espécies de contas correntes que os bancos mantêm no Banco Central para garantir liquidez e cumprir obrigações regulatórias.

Preocupação no mercado

O incidente cibernético, descoberto na quarta-feira (2), gerou forte reação nos bastidores do mercado financeiro e acendeu alertas sobre a segurança das conexões entre bancos e o Banco Central, especialmente no que diz respeito à atuação de prestadores terceirizados. Embora o Banco Central tenha reconhecido o ataque, a instituição ainda não divulgou os nomes das empresas afetadas nem detalhou o impacto total nas operações.

Especialistas em cibersegurança alertam para a fragilidade de cadeias de terceiros em sistemas críticos como o financeiro. “O elo mais fraco muitas vezes está fora do núcleo das instituições. A terceirização de acessos precisa ser acompanhada de protocolos rigorosos de controle”, afirmou um consultor de segurança que atua no setor bancário, sob condição de anonimato.

Investigação em andamento

O DEIC segue apurando se houve falha de segurança da empresa terceirizada e se outros funcionários podem estar envolvidos no vazamento de informações. O homem detido será investigado por facilitação de crime cibernético, vazamento de dados sigilosos e possível participação no esquema de fraude financeira.

O caso lança luz sobre a crescente sofisticação de ataques digitais contra o sistema financeiro brasileiro e sobre os riscos envolvidos na dependência de intermediários tecnológicos. A resposta das autoridades e das instituições afetadas deverá pautar o debate sobre segurança digital e regulação no setor nas próximas semanas.

* Com informações da Polícia Civil do Estado de São Paulo

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